fevereiro 2024

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Segurança pública

A segurança pública no Brasil enfrenta um desafio estrutural, o modelo exclusivamente reativo e repressivo adotado, em contraste com as boas práticas observadas em experiências internacionais bem-sucedidas. No centro desse problema está a divisão do “ciclo completo de polícia” no país, onde as funções preventivas e repressivas são destinadas a corporações distintas, criando uma série de distorções catastróficas.

O ciclo completo de polícia abrange a atuação preventiva, exercida por policiais uniformizados presentes nos espaços públicos, e a repressiva, que visa apurar a autoria de delitos e aplicar as medidas legais correspondentes. Enquanto a maioria das polícias no mundo opera esse ciclo de forma integrada, no Brasil, as Polícias Militares ficam responsáveis pela parte preventiva, e as Polícias Civis, pela repressiva.

Essa divisão, aliada à segregação interna de oficiais e praças na PM e delegados e demais na Civil, cria inúmeras distorções e impede a ascensão de profissionais que ingressam pela “porta de baixo”.

O resultado dessa estrutura é preocupante, a PM brasileira é a que mais mata e a que mais morre no mundo. A Polícia Civil, por sua vez, enfrenta desafios consideráveis na solução de casos, especialmente homicídios. A estrutura arcaica do inquérito policial e as barreiras internas contribuem para uma taxa de resolução inferior a 10%.

A filosofia bélica e reativa adotada pela polícia no Brasil agrava ainda mais o problema. A militarização, se choca com a natureza do trabalho policial, que deveria promover paz e solução de conflitos. Além disso, a abordagem reativa significa que a polícia lida com o crime apenas quando acionada pela sociedade, após a ocorrência de um delito.

No âmbito governamental, persiste a ideia equivocada de que o combate ao crime se resume ao fortalecimento das polícias, prisão de criminosos e endurecimento de penas. No entanto, essa abordagem, repetida vezes sem conta, revela-se inefetiva.

A alternativa apontada e comprovada na prática é a prevenção, que  não é apenas responsabilidade da polícia, mas também deve ser incorporada em políticas públicas governamentais. No campo policial, a prevenção significa trocar a reatividade pela proatividade, adotando o policiamento comunitário. Na esfera de políticas públicas, é essencial conceder cidadania plena aos habitantes das regiões vulneráveis, oferecendo alternativas de vida digna.

Nesse contexto, as Guardas Municipais assumem um papel crucial. Com condições ideais para implementar um policiamento comunitário autêntico, elas representam uma alternativa eficaz para transformar a dinâmica da segurança pública. A segurança deve buscar alterar a estrutura militarizada e viciada dessas guardas, promovendo uma abordagem mais integrada e eficiente.

Além disso, os municípios têm o conhecimento necessário sobre as regiões vulneráveis, suas carências e necessidades. A criação de um Gabinete de Gestão Integrada, envolvendo todos os setores relacionados à questão social, pode ser uma estratégia eficaz para priorizar ações e garantir cidadania, e, portanto, um futuro promissor para os jovens dessas comunidades.

No processo das políticas de drogas, o estudo da descriminalização, aliada a uma abordagem séria e consistente de redução de danos, aparece como uma resposta progressista e eficiente. A guerra às drogas, como evidenciado mundialmente, não apenas falhou em conter o tráfico, mas também resultou em inúmeras perdas de vidas.

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Transporte coletivo

O transporte coletivo é um elemento crucial na vida urbana, influenciando diretamente a acessibilidade, a igualdade e a qualidade de vida das comunidades. Diante dos desafios enfrentados no cenário atual, inovações para redefinir a dinâmica do transporte coletivo se tornam imprescindíveis.

A implementação da tarifa zero aparece como uma medida transformadora. Atualmente, 67 cidades brasileiras já adotaram essa política, reconhecendo-a como uma estratégia eficaz para promover a mobilidade inclusiva. Em Curitiba, a tarifa de R$6,00 não é apenas um custo monetário, representa uma barreira que marginaliza grupos sociais e limita o pleno exercício do direito à cidade.

Para Curitiba a tarifa zero seria ideal, transferindo a responsabilidade de pagamento para a prefeitura, que receberia recursos da União e do Estado, em modelos similares aos setores de saúde e educação. Além disso, a prefeitura receberá o montante atualmente destinado pelas empresas a título de Vale Transporte, promovendo uma distribuição mais equilibrada dos custos.

Mesmo com transporte tarifado, seria impositiva a mudança na forma de contratação das empresas de transporte coletivo, substituindo o pagamento por passageiro pelo pagamento por quilômetro rodado. Esta abordagem alinha os interesses das empresas com a qualidade do serviço prestado, afastando a lógica atual que prioriza a redução de ônibus em circulação para maximizar os lucros.

O uso do IPK (índice de passageiro por quilômetro) é distorcido, pois não reflete o custo real do transporte e permite manipulações nos números de passageiros para fins lucrativos. Ao adotar a remuneração por quilômetro rodado, garante-se uma relação mais justa entre custos e receitas, , incentivando as empresas a manterem uma frota adequada às necessidades da população.

O conforto e a qualidade do serviço são aspectos inegociáveis, em nossa visão, para o transporte público. Exigimos da prefeitura o rigoroso cumprimento dos contratos e da legislação no que diz respeito à renovação da frota. Veículos modernos e confortáveis devem ser um direito básico para todos os passageiros. Com o pagamento por quilômetro rodado, as empresas serão incentivadas a investir na renovação constante de suas frotas, garantindo uma experiência de viagem melhor para os passageiros.

A busca deve ser para criar um sistema de transporte público mais justo, acessível e eficaz. A tarifa zero, ou a remuneração por quilômetro rodado, sempre com ênfase na qualidade do serviço são passos essenciais para transformar a mobilidade urbana em Curitiba, construindo uma cidade mais conectada e igualitária para todos.

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Instituto
Cultura da Paz

O Instituto Cultura da Paz, sob a liderança do renomado advogado, escritor e ativista social Marcelo Jugend, encontra-se atualmente em fase de estabelecimento em Curitiba. A sua missão primordial é contribuir significativamente para a prevenção da violência e a promoção ativa da cultura da paz e dos direitos humanos. Essa iniciativa visa mobilizar não apenas a sociedade, mas também as esferas governamentais, difundindo práticas inovadoras no âmbito crucial da cidade como um todo.

Reconhecido por seu comprometimento notório com causas sociais, Marcelo Jugend direciona a atenção do Instituto para diversas áreas fundamentais. A promoção do desarmamento e a defesa de políticas de controle de armas compõem um dos pilares centrais, ressaltando a importância de construir uma sociedade mais segura e pacífica.

Adicionalmente, o Instituto Cultura da Paz concentra esforços na promoção de políticas públicas de segurança eficazes, fundamentadas nos valores da democracia, justiça social e direitos humanos. A premissa subjacente é que a segurança pública deve refletir e fortalecer esses valores, incentivando a ONG a influenciar ativamente a formulação e implementação de políticas que garantam a segurança da população sem comprometer os direitos fundamentais.

Os objetivos da ONG ultrapassam fronteiras, delineando uma abordagem inclusiva para a construção de uma sociedade mais justa e pacífica.

O aprimoramento, humanização e eficácia do sistema de justiça e segurança pública são prioridades, com a aspiração de estabelecer instituições mais eficientes e sensíveis às necessidades da comunidade e das próximas gerações.

Programas específicos, voltados para a garantia e promoção dos direitos humanos, também fazem parte dos propósitos. Reconhecendo que a violência muitas vezes tem raízes em questões sociais e econômicas, a ONG se compromete a abordar essas complexidades de maneira holística.

Em última análise,o Instituto Cultura da Paz surge como uma resposta concreta às urgentes necessidades sociais, manifestando a profunda preocupação de Marcelo Jugend para com a sociedade. Ele personifica a convicção de que a mudança positiva é não apenas desejável, mas alcançável quando as ONGs se unem para promover valores essenciais e implementar práticas inovadoras em prol do bem comum.

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