EDUCAÇÃO
São raríssimos os países que atingiram um bom nível de desenvolvimento, sendo capazes de fornecer à sua população, em média, uma razoável qualidade de vida, sem ter, antes, investido na educação pública, universal, gratuita, e de qualidade.
Embora não seja o único fator imprescindível ao alcance de tais metas, a educação é, com certeza absoluta, um dos mais, se não o mais importante deles.
No Brasil ela frequenta a boca de rigorosamente todos os políticos, tal qual um mantra: repetitivo, incessante e imutável. Ainda assim estamos muito longe, de poder sequer sonhar com as condições mínimas capazes de viabilizar um incremento perceptível da influência da educação na melhora dos rumos do país.
É que os atos de nossos dirigentes não corresponderem às suas palavras. O fenômeno, conhecido como demagogia, acorrenta o Brasil a interesses menores, que favorecem sempre os mesmos pequenos grupos que de fato manipulam os cordões do poder.
Não é difícil reverter o quadro lastimável que temos. Bastariam algumas medidas bem simples. A meta está dita acima. O resto é planejamento estratégico, ação e avaliação.
O início só pode ser elevar a um nível digno, em todos os aspectos, a profissão de professor. Isso implica um investimento pesado na sua qualificação permanente, acompanhada de remuneração compatível com as demais de alta importância social.
Há que instituir uma cultura de respeito a este que é o formador de todos os demais cidadãos. Uma ilustração: no Japão, só professor é dispensado de curvar-se ante o imperador. E este, lá, é tido, consensualmente, como um enviado divino.
Depois, amenizar, nessa área específica, a lógica do lucro como regra prioritária. Educação e saúde, pelo alto e estratégico interesse público de que se revestem, devem estar à margem da selvageria capitalista que rege esta nação como um todo. Ao ensino privado deveria caber um papel meramente acessório, subsidiário, complementar, e, ainda assim, apenas enquanto não se obtiver a universalidade do ensino público.
Em uma palavra, todo o projeto consiste em dotar a escola pública do estado da arte no que respeita aos meios necessários ao atingimento dos fins, mediatos e imediatos, aos quais se destina. E que são fornecer a toda a população em idade escolar o que é seu direito elementar: receber o mais completo e atualizado preparo para a vida.
E se é tão simples, por que não o fazemos? Ora, porque depende de vontade política, priorização governamental e robustos recursos orçamentários. Coisas que em geral colidem com os objetivos principais de quem maneja a política, o governo e o dinheiro.
O caminho para superar tal estado de coisas passa pela conscientização, organização e mobilização popular. A boa notícia é que há, sim, pessoas de alto nível, inclusive na política, agindo fortemente nessa direção. Uma das mais destacadas, aqui no Paraná, é Andrea Caldas, professora da UFPr e ativista incansável da luta por uma educação pública, universal, gratuita e de qualidade, no Brasil. Ela é a convidada desta semana no Podcast “20 Minutos com Marcelo Jugend”.
Vale a pena assistir ao episódio do podcast com Andrea Caldas, no qual nos aprofundaremos no tema.