Dizem que a violência é um traço inerente ao ser humano. Ela é praticada na nossa espécie desde que, centenas de milhares de anos atrás, o “homo sapiens” percebeu que precisava disputar os recursos de sobrevivência com seus semelhantes.
Infelizmente essa característica deplorável resistiu ao passar dos milênios e à enorme evolução civilizatória que ocorreu desde então. Pior: à medida que, por um lado, seres irremediavelmente gregários que somos, avançávamos criando e consolidando formas de convivência social cada vez mais complexas, a violência, por outro, ia se adaptando a isso e tratando de se diversificar a fim de impregnar todas elas.
Nada disso impede, porém, que muitos de nós façam do combate a essa praga a causa da sua vida.
Se por um lado abundam na história seres humanos capazes das mais horrendas barbaridades, por outro ela está coalhada de exemplos edificantes de personagens cuja luta pela paz e convivência pacífica entre os homens nos inspira todos os dias.
Pois bem. A vida em sociedade se dá, obviamente, através de grupos organizados. Essa condição pressupõe, como requisito funcional necessário, o estabelecimento de níveis hierárquicos internos em cada um desses grupos. As relações interpessoais carecem, como não poderia deixar de ser, de convenções acatadas por todos, formando um ordenamento no qual cada um desempenhe uma função específica. Algumas mais elevadas, do ponto de vista decisório, do que outras.
Essa é a maneira pela qual se comportam até mesmo os animais, seres também gregários, em cujos rebanhos e manadas também se observam níveis de hierarquia.
Famílias, empresas, clubes, ONGs, e tantas outras formas de congregar pessoas em torno de interesses, afetos, ou objetivos de vida, nada mais são do que organizações.
Nelas, como em todas as outras atividades humanas, ocorrem casos de violência das mais variadas formas: física, emocional, intelectual, etc. Usualmente ela parte de quem está, ou julga estar, em posição de maior poder – qualquer tipo de poder – em relação à sua vítima.
Cientistas sociais têm se debruçado cada vez mais atentamente sobre essa espécie de abuso, por eles classificado sob o nome “Violência Organizacional”.
Pode-se dizer que, ao tentar compreender, debater e propor maneiras de amenizar ao máximo o problema, eles se integram à lista generosa de pessoas que batalham por um mundo em que homens e mulheres se tratem melhor uns aos outros e, com isso, sofram menos.
No podcast “20 Minutos com Marcelo Jugend”, ano passado, conversamos sobre esse tema com Francis Kanashiro Meneghetti, Doutor em Administração e Educação, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, e um dos mais destacados pesquisadores dessa área, no Brasil. ASSISTA AQUI.